
Rimmad Oxbringa: receita rica com harmonização vinho perfeita
Introdução
Há pratos que pedem tempo, calma e um bom copo de vinho ao lado. O Rimmad Oxbringa é um deles: um peito de vaca curado e cozido lentamente, profundamente saboroso, rico em umami e com aquela sälta (salinidade) que faz salivar. É o tipo de receita que transforma um simples jantar de domingo numa refeição de festa.
Neste artigo, vamos adaptar este clássico do Norte da Europa ao gosto português, explicar passo a passo a receita, e sobretudo mostrar como tirar o máximo partido da harmonização vinho. Porque um prato tão intenso e reconfortante pede um vinho para Rimmad Oxbringa à altura — e, felizmente, os vinhos portugueses têm tudo o que é preciso.
Da escolha da carne à textura final, do aroma do louro e da pimenta-da-Jamaica às sugestões de serviço, vais encontrar aqui um guia completo para brilhar à mesa. E, claro, com a ajuda do Vinomat, podes descobrir ainda mais combinações para tornar esta experiência inesquecível.
Sobre este prato
O nome pode soar exótico — Rimmad Oxbringa — mas, na essência, estamos a falar de algo que, em Portugal, nos é muito familiar: peito de vaca cozido lentamente num caldo aromático. A grande diferença está na origem escandinava e na ideia de “rimmad”, ligada a salmoura e cura, que confere um carácter mais salgado e concentrado à carne.
Na tradição nórdica, este tipo de prato é muitas vezes servido em dias frios, em contexto familiar, acompanhado de puré, legumes cozidos e, claro, bons vinhos. Em Portugal, encaixa na perfeição naquele registo de comida de tacho, ideal para juntar a família, conversar à volta da mesa e ir repetindo o prato sem pressa.
O Rimmad Oxbringa destaca-se por três notas principais de sabor:
- Umami intenso da carne de vaca, resultado da cozedura longa e lenta;
- Sälta (salinidade) equilibrada pela água, legumes e especiarias;
- Riqueza de gordura e textura suculenta, que pede cortes finos e um bom vinho tinto com estrutura.
Apesar de ser uma receita de inspiração estrangeira, adapta-se facilmente à nossa realidade: ingredientes simples, técnica de cozedura que qualquer casa portuguesa conhece bem e um enorme potencial de harmonização vinho com regiões como Douro, Alentejo, Dão e até alguns tintos mais estruturados do Vinho Verde.
É um prato perfeito para quem gosta de cozinhar com calma e valorizar o tempo: enquanto a carne cozinha, o aroma do louro, da cebola e da cenoura enche a cozinha, abrindo o apetite e criando aquele ambiente que, em Portugal, tanto associamos a “comida a sério”.
Ingredientes principais e o seu papel
Apesar de parecer uma receita simples, o Rimmad Oxbringa é um prato de equilíbrio. Cada ingrediente tem uma função precisa, tanto no sabor como na textura — e isso influencia diretamente a harmonização vinho.
Oxbringa (peito de vaca)
O coração do prato. O peito de vaca é um corte com boa gordura intramuscular e bastante tecido conjuntivo, que, quando cozinhado lentamente, se transforma numa carne macia, suculenta e cheia de umami. É essa riqueza que dita a escolha do vinho para Rimmad Oxbringa: precisamos de tintos com estrutura, taninos firmes mas maduros e boa acidez para cortar a gordura.
Água e sal grosso
A água é o meio de cozedura, o sal grosso ajuda a realçar não só o sabor da carne, mas também o carácter mineral e salino do prato. Essa sälta pede vinhos que não sejam demasiado leves: um vinho sem estrutura perde-se ao lado deste tipo de intensidade.
Folhas de louro
O louro traz aquele aroma herbal, familiar nas cozinhas portuguesas. É um elemento que aproxima esta receita da nossa tradição de cozidos e estufados. No copo, combina muito bem com vinhos portugueses que tenham notas de especiarias secas e ervas, como muitos tintos do Dão ou do Douro.
Pimenta-da-Jamaica (kryddpeppar)
A Pimenta da Jamaica (kryddpeppar) é fascinante: lembra uma mistura de pimenta preta, noz-moscada, canela e cravinho. Traz profundidade e um toque quase exótico ao caldo. Na harmonização, esta especiaria pede vinhos com algum traço balsâmico, notas de especiarias doces e barrica bem integrada.
Cebola, cenoura e salsão (aipo)
- A cebola confere doçura e corpo ao caldo;
- A cenoura equilibra a salinidade com doçura natural;
- O salsão dá frescura e um tom vegetal elegante.
Juntos, criam uma base aromática que torna o prato mais complexo e redondo. Isso abre portas a uma harmonização vinho mais versátil: desde tintos de médio corpo a vinhos mais encorpados, desde que tenham acidez suficiente para lidar com a gordura e a salinidade.
No conjunto, estes ingredientes resultam num prato rico, salgado e umami, que pede vinhos com:
- Corpo médio a cheio;
- Boa acidez para refrescar o palato;
- Taninos presentes, mas polidos;
- Aromas de fruta madura, especiarias e, idealmente, alguma nota terrosa ou balsâmica.
É exatamente aí que muitos vinhos portugueses brilham — e vamos ver isso em detalhe mais à frente, quando escolhermos o melhor vinho para Rimmad Oxbringa.
Recipe
| Prep Time | 180 minutes |
|---|---|
| Cook Time | 60 minutes |
| Total Time | 240 minutes |
| Servings | 4 |
| Difficulty | Advanced |
Ingredients:
- 1,2 kg Oxbringa (peito de vaca)
- 2,5 L Água
- 4 c. sopa Sal grosso
- 4 unidades Folhas de louro
- 10-12 grãos Pimenta da Jamaica (grãos inteiros)
- 1 unidade (descascada e cortada em quartos) Cebola
- 2 unidades (descascadas e cortadas em pedaços grandes) Cenoura
- 2 talos (lavados e cortados em pedaços grandes) Salsão (aipo)
Instructions:
- Prepare todos os ingredientes: descasque e corte a cebola em quartos, descasque as cenouras e corte-as em pedaços grandes e lave e corte o salsão em pedaços grandes.
- Num grande tacho ou panela, adicione a água, o sal grosso, as folhas de louro, a pimenta da Jamaica, a cebola, as cenouras e o salsão.
- Lave o peito de vaca (oxbringa) com água fria e adicione-o à panela. Certifique-se de que a carne está submersa na água.
- Leve a panela a lume alto até começar a ferver. Quando começar a ferver, reduza imediatamente para lume baixo e remova qualquer espuma que se forme na superfície.
- Cozinhe o peito de vaca em lume brando por aproximadamente 3 a 4 horas, com a panela semitapada. Verifique ocasionalmente para garantir que a carne está coberta pelo líquido e adicione mais água quente, se necessário.
- Após o tempo de cozedura, retire o peito de vaca da panela e coloque-o numa tábua de cortar. Cubra-o com papel de alumínio e deixe-o repousar por 10 minutos antes de fatiar.
- Coe o caldo restante na panela, descartando os vegetais e as especiarias. O caldo pode ser usado como acompanhamento ou em outras receitas.
- Corte o peito de vaca em fatias finas e sirva numa travessa. Pode acompanhar com puré de batata ou vegetais cozidos, se desejar.
- Emprate cuidadosamente o peito de vaca e guarneça com folhas de salsa fresca, se preferir. Sirva quente.
Nutrition Facts (per serving):
- Calories: 250 kcal
- Protein: 35.0g
- Fat: 17.0g
- Carbohydrates: 3.0g
- Salt: 2.0g
Dietary Information: Gluten-free, Dairy-free, Nut-free
Harmonização vinho: os vinhos perfeitos para Rimmad Oxbringa
Chegamos ao ponto alto: escolher o vinho para Rimmad Oxbringa. Com tanta gordura, umami e sälta, é essencial acertar na harmonização vinho para que o prato e o copo se elevem mutuamente.
O que procurar no vinho
Para esta receita, o perfil ideal é:
- Corpo médio a cheio para acompanhar a riqueza da carne;
- Boa acidez, capaz de limpar o palato entre garfadas;
- Taninos maduros, que interagem bem com a gordura, sem secar a boca em excesso;
- Aromas de fruta vermelha e preta madura, notas de especiarias, ervas secas ou balsâmicas.
Vinhos portugueses recomendados
- Douro tinto (Reserva ou Colheita Selecionada)
Um Douro tinto com Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz é quase um casamento natural com este prato. A fruta madura, a estrutura tânica e, muitas vezes, as notas de esteva e especiarias casam lindamente com a Pimenta-da-Jamaica e o louro.
- Faixa de preço recomendada: €8-15
- Fácil de encontrar em Garrafeira Nacional ou na secção de vinhos do El Corte Inglés.
- Alentejo tinto (mais estruturado)
Procura um Alentejo tinto menos pesado em doçura e mais focado em frescura, com boas notas de fruta preta, alguma barrica e taninos redondos. A textura sedosa combina bem com as fatias finas de peito de vaca, enquanto a acidez equilibra a salinidade.
- Idealmente na gama dos €7-12.
- Dão tinto
O Dão é excelente quando falamos em elegância e acidez. Um Dão com Touriga Nacional e Alfrocheiro, por exemplo, oferece fruta mais contida, frescura e taninos finos. É perfeito se preferires uma harmonização vinho menos pesada, em que o vinho não domine o prato, mas o acompanhe com classe.
- Vinho Verde tinto estruturado (ou tinto do Minho)
Menos óbvio, mas muito interessante para quem gosta de explorar. Um tinto do Vinho Verde mais rústico, com boa acidez e taninos marcantes, pode funcionar bem, sobretudo se servires o Rimmad Oxbringa com acompanhamento de batatas e legumes simples. A leve rusticidade do vinho encaixa bem num prato de conforto.
Alternativas internacionais
Se quiseres sair de Portugal, podes experimentar:
- Rioja Reserva (Espanha) – com fruta madura, taninos polidos e boa acidez;
- Chianti Classico (Itália) – acidez viva e notas de cereja e ervas que combinam bem com o louro;
- Bordeaux Supérieur (França) – se gostas de taninos mais firmes e notas de cedro e grafite.
Estes vinhos são também relativamente fáceis de encontrar em lojas como Garrafeira Nacional ou no El Corte Inglés, dentro da faixa dos €8-15.
Para explorares mais combinações, especialmente variações desta receita, vale a pena usar o Vinomat: basta inserires o prato (carne de vaca cozida, rica e salgada) e o app sugere-te outros estilos de vinhos portugueses e internacionais que se encaixam no teu gosto pessoal.
Dicas e técnicas de confeção
Um prato aparentemente simples como o Rimmad Oxbringa vive dos detalhes. Alguns pontos fazem toda a diferença no resultado final:
- Cozer lentamente é obrigatório
Não tenhas pressa. A carne precisa das 3–4 horas de cozedura suave para ficar tenra. Lume forte vai apenas enrijecer as fibras.
- Controlar a salinidade
A combinação de sal grosso e redução natural do caldo pode intensificar bastante o sal. Prova o caldo a meio da cozedura e ajusta, se necessário, com um pouco mais de água quente.
- Espumar o caldo
Remover a espuma que se forma no início da fervura ajuda a obter um caldo mais limpo, tanto em sabor como em aparência.
- Não deixar ferver em rolo vivo
Mantém um lume brando constante: o objetivo é uma ligeira tremura no líquido, não uma fervura agressiva.
- Descanso da carne
Os 10 minutos de repouso coberta com papel de alumínio são cruciais para que os sucos se redistribuam. Se cortares logo, a carne perde suculência.
- Corte perpendicular às fibras
Ao fatiar, presta atenção à direção das fibras da carne. Corta sempre contra a fibra para obter fatias mais macias.
- Aproveitar o caldo
Não desperdiçes o caldo coado: reduzido ligeiramente, torna-se um molho delicioso para regar a carne ou para enriquecer um puré de batata. Também fica ótimo como base para uma sopa no dia seguinte.
Seguindo estas técnicas, vais conseguir um prato com textura perfeita e sabor profundo — pronto para uma grande harmonização vinho.
Sugestões de serviço
O Rimmad Oxbringa é um prato de partilha. Pensa numa travessa larga, fatias finas de peito de vaca bem alinhadas e um pouco de caldo reduzido por cima para dar brilho.
Acompanhamentos
- Puré de batata cremoso – o acompanhante clássico, perfeito para absorver o molho rico;
- Legumes cozidos ou salteados – cenoura, couve-coração, feijão verde ou couve-flor funcionam muito bem;
- Batata assada com ervas – se preferires algo com mais textura do que puré.
Podes também servir com um toque bem português: um fio de azeite virgem extra de boa qualidade por cima das fatias de carne, imediatamente antes de ir à mesa.
À mesa, com vinho
Serve o vinho para Rimmad Oxbringa à temperatura certa:
- Tintos do Douro, Alentejo e Dão: 16–18 ºC;
- Se optares por algo mais fresco (como um Dão mais leve), podes servir ligeiramente abaixo dos 16 ºC.
Coloca a garrafa na mesa, deixa os convidados servirem-se com calma, e incentiva a provar o vinho primeiro sozinho e depois com a carne. É assim que se percebe realmente a magia da harmonização vinho.
Uma mesa simples, toalha clara, travessa de carne ao centro, os acompanhamentos em taças e os copos de vinho bem alinhados: não é preciso muito mais para criar um momento memorável.
Conclusão
O Rimmad Oxbringa é a prova de que um prato de inspiração distante pode sentir-se em casa na mesa portuguesa. Carne rica, cozida com tempo e carinho, aromas de louro e especiarias, muita sälta e um caldo cheio de umami — tudo isto pede, quase naturalmente, um bom copo de vinho para Rimmad Oxbringa.
Ao apostar em vinhos portugueses do Douro, Alentejo, Dão ou até alguns tintos mais estruturados do Vinho Verde, consegues uma harmonização vinho que respeita o prato e celebra o melhor da nossa vinha. E se quiseres ir mais longe nas combinações, o Vinomat é o teu aliado perfeito para descobrir outras sugestões à medida do teu gosto.
Agora, só falta uma coisa: reservar uma tarde, ligar o lume brando, deixar a casa encher-se de aromas e brindar com quem mais gostas. Porque pratos assim não se fazem só para comer — fazem‑se para partilhar.

